sábado, 15 de agosto de 2009

Complô da boa música


Os supergrupos não sao exatamente uma novidade. Nos idos de 1988, George Harrison, Roy Orbison, Bob Dylan e Tom Petty cometeram dois grandes discos sob a alcunha de The Traveling Wilburys, uma superbanda difícil de ser combatida. Foi o ultimo projeto de Orbison, que morreu dois meses depois do lançamento do primeiro álbum, uma nobre despedida em excelente companhia. Alguns anos antes, na década de 60, David Crosby, Stephen Stills, Graham Nash e - mais tarde - o reforço de luxo Neil Young se juntaram para um supergrupo folk: o Crosby, Stills, Nash & Young. Um bem-sucedido coletivo que até hoje se reúne sazonalmente. Voltando um pouco mais no tempo, mais precisamente entre 1962 e 1968, o Yardbirds foi casa de músicos em gestação, ainda distantes das lendas que se tornariam anos depois. Três dos melhores guitarristas de todos os tempos passaram por lá: Jimmy Page, Eric Clapton e Jeff Beck. Mesmo não tendo tocado todos juntos na mesma formação, foi nessa panela de pressão que eles surgiram.

Esse fenômeno, que causa um frio na barriga dos fãs, tornou-se ainda mais intenso nos últimos anos. Em 2006, o vocalista Damon Albarn (Blur e Gorillaz) se juntou com o baixista Paul Simonon (The Clash), o baterista Tony Allen (Fela Kuti) e o guitarrista Simon Tong (Verve e Blur) para formar o The Good, The Bad & The Queen. O supergrupo só lançou um disco em 2007, o suficiente para marcar o rock dos anos 2000. No cenário atual, entretanto, três nomes são imbatíveis quando se trata de grandes encontros. O primeiro deles é Jack White, do duo White Stripes. Possivelmente para evitar o possível desgaste do tête-à-tête com a baterista Meg White, Jack já formou outros dois grupos, os ótimos The Raconteurs e The Dead Weather (na foto). O primeiro não é exatamente um supergrupo, pois traz na sua formação três músicos de bandas meio obscuras. O segundo acabou de sair do forno e é composto por Alison Mosshart (The Kills), Dean Fertita (Queens of The Stone Age) e Jack Lawrence (que Jack trouxe a tiracolo do Racounteurs). O disco "Horehound" fez valer a expectativa em torno do projeto, com muito peso e entrosamento.

Os outros dois artistas que não dão ponto sem nó são Dave Ghrol (Nirvana, Foo Fighters) e Josh Homme (Queens of The Stone Age, Eagles of Death Metal, Desert Sessions). Não à toa, os dois estão juntos no novo projeto que vem tirando o sono de muito roqueiro: o Them Crooked Vultures. Só os dois juntos, reeditando a parceria inesquecível do melhor disco da banda principal de Homme, a obra-prima "Songs for the Deaf" do Queens of The Stone Age, já seria suficiente. Mas eles fizeram questão de convocar um dos melhores baixistas de todos os tempos, John Paul Jones, o homem por trás do baixo e do teclado do Led Zeppelin. Muito pouco se ouviu da banda até o momento, apenas trechos do primeiro e único show, um teaser do site (http://themcrookedvultures.com/) e muita especulação. O fato é que vai ser muito difícil sair algo ruim dessa quadrilha. A dica é acompanhar cada passo e torcer para o projeto vingar.

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