sábado, 7 de agosto de 2010

No mundo dos sonhos


Quem nunca mergulhou num sonho e teve a nítida impressão que tudo aquilo é real? Por que lembramos de alguns sonhos nos mínimos detalhes e outros passam desapercebidos? É bem verdade que algumas pessoas têm a capacidade de lembrar de até três sonhos por noite e eu os invejo tremendamente. Já pensei, inclusive, em deixar um bloquinho ao lado da cama, quem sabe não tenho um sonho genial, um mote para um romance policial, por exemplo? Dizem que se não anotamos imediatamente, as lembranças escapam gradativamente. Ainda assim, todo mundo tem um sonho que nunca sai da cabeça, por que este é assim tão especial?

Um universo tão rico como esse já inspirou um grande número de filmes, o mais recente deles "A Origem", do sempre competente Cristopher Nolan. Depois de dirigir com precisão os dois filmes mais recentes de Batman, Nolan embarcou numa proposta ousada que vem dando o que falar. Com um excelente elenco formado por Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard, Ellen Page, Cillian Murphy e Michael Caine, "A Origem" é um daqueles filmes que lhe deixa grudado na cadeira e cuja longa duração (2h30) nao é nem percebida.

No filme, DiCaprio faz um ladrão pouco convencional, que entra nos sonhos dos outros para roubar fortunas. Ele trabalha numa empresa pouco ética e durante um dos seus trabalhos, acaba topando com um desafio diferente: ele precisa fazer uma inserção (inception, do mais adequado título original), ou seja, plantar uma idéia na cabeça do herdeiro de uma grande fortuna.

Daí em diante, o filme, que é recheado de belas imagens, vai revelando muitos dos seus segredos e entra num ritmo frenético. Ainda que pareça surrupiar algumas idéias do revolucionario "Matrix" e não trate o sonho como uma esquisitice aos moldes do genial David Lynch, Nolan consegue um resultado excepcional. "A Origem" é um daqueles filmes que ficam na cabeça e que merece ser visto e revisto.