terça-feira, 22 de setembro de 2009

Um dia após o outro


O tema cachaça - e, quem sabe, otras cositas más - roubou a cena de dois shows internacionais recentes, para o bem e para o mal. O primeiros deles ocorreu em um Teatro Castro Alves (em Salvador) lotado, recheado de fãs da banda americana Beirut. O grupo foi rececido por fãs ávidos em cantar as inusitadas canções do grupo a plenos pulmões. Nem a sisudez do teatro poderia barrar, pois logo nos primeiros minutos do show, a platéia já estava toda de pé. O vocalista Zach Condon, porém, bebeu além da conta e pôs tudo a perder. Mesmo com alguns momentos bacanas, muito por conta do resto da banda, a forte embriaguez do cantor atrapalhou a execução das canções, o ritmo do show e ainda provocou uma invasão de palco, culminando com o roubo de um microfone e de um instrumento do Beirut. Resumo da ópera: uma zona completa e absoluta. Dias depois, já curado da cachaça, Zach liderou shows bem mais equilibrados em São Paulo e em Recife. O estrago na Bahia, porém, já tinha sido feito.

O inverso, para a minha felicidade, ocorreu pouco tempo depois, na semana passada, no Via Funchal (São Paulo). A inglesa Lily Allen entregou um excelente show para uma platéia vibrante, mostrando que é sim uma das melhores coisas que surgiram na música pop nos últimos anos. Ela se esforçou - e não foi pouco - para apagar a péssima imagem que deixou no final de 2007, quando virou motivo de chacota no então iniciante festival Planeta Terra. Completamente alterada por conta das muitas biritas que entornou, Lily fez um show abaixo da crítica e desperdiçou a chance de se mostrar mais conhecida para um grande público.

Dessa vez, veio em turnê com um excelente disco, "It's Not Me, It's You", um passo além e mais adulto em relação ao anterior "Alright, Still" (2006). Se o álbum de estréia já tinha coisas interessantes, este recém-lançado é elegante e maduro, sem perder uma forte veia pop. É recheado de potenciais hits, traz uma ironia típica dos ingleses nas composições e uma variedade rítmica mais acentuada. Confesso que eu olhava para esta inglesinha com algum preconceito, mas foi só ouvir de fato o disco para respeitá-la. No show, que ela considerou um dos melhores que fez esse ano, em mensagem enviada pelo hypado Twitter, Lily esbanjou qualidade na voz, desfilou as suas canções mais bacanas e interagiu com o público. A sequência inicial matadora - com "Everyone's At It", "I Could Say" e "Never Gonna Happen" -, a execução da bela "The Fear" e do primeiro hit "Smile" e o bis composto pelo cover "Womanizer" (Britney Spears), "Fuck You" ("singela" canção dedicada a George W. Bush) e "Not Fair" foram os pontos altos da apresentação. O som límpido e em ótimo volume, nem sempre regra geral no Via Funchal, apenas completou uma noite em que tudo deu certo.

Um comentário:

Rounds disse...

hey man,

lembro de você da são rock discos.

ainda bem que eu não fui ao show do beirut. quanto a lily, essa menina promete boas pepitas pop.

vou ouvir o novo disco.

até mais,

tarcísio.