sexta-feira, 21 de maio de 2010
Uma relação de amor e ódio
Os norte-americanos são os reis da eficiência, nisso muitos concordam. Afinal aqueles que popularizaram o sistema do fast-food e os grande espetáculos de entretenimento não precisam provar muito. E eficiencia é sempre bom, não é mesmo? Mesmo se tratando por vezes de enlatados não tão geniais. Entendo perfeitamente aqueles que criticam o american way of life. Eu mesmo sou um desses críticos e posso dar minha opinião sem medo de ser leviano, pois vivi um ano em Missouri, estado mais ou menos no centro dos Estados Unidos. É uma região que abriga o americano típico. Não é o ianque moderninho de New York, o descolado da Califórnia, o latino de Miami ou o executivo eficiente de Chicago e Detroit. Estou falando do americano médio de uma pequena cidade chamada Saint Joseph, com apenas 80 mil habitantes. Aquele que tem um quê de red neck, conhece pouquíssimo para além das fronteiras da sua cidade e pode ser infantil como poucos. Estudei em uma high school e sempre me perguntava de onde saiam os americanos geniais, porque daquela escola certamente não era. Naturalmente, eles não faziam idéia de onde era o Brasil, não conseguiam entender o porquê de se estudar a história de outros países e não ansiavam visitar outro local que não fosse um outro estado norte-americano. Quem sabe no máximo Canadá ou alguma praia no Caribe, isso para os mais informados. Eles pouco entendiam da sua própria história, não à toa, eu e mais outro gringo (alemão) éramos os melhores alunos de Inglês e de História Americana. Believe it or not...
Pois bem, viver um ano neste ambiente foi deveras interessante e divertido. Mesmo que a eventual ignorância de alguns me irritasse, foi lá que aprendi o significado da palavra eficiência. As coisas de fato funcionavam, a qualidade de vida era nítida para praticamente todos e a valorização ao esporte era impressionante. E por mais que muitas coisas da cultura norte-americana me irrite, como o falso moralismo, o culto a personalidades duvidosas e as brincadeiras/farras abobalhadas, não posso negar que algumas das coisas que mais adoro vêm de lá.
A começar pela música. Rock, jazz, blues - todos nasceram lá. É nos Estados Unidos - e na Grã Bretanha, é bom ressaltar - que estão os meeus artistas favoritos. Os mega-concertos e shows em estádio também vieram de lá; e por mais que um show num local pequeno seja excepecional, grandes espetáculos têm lugar reservado entre as minhas preferências. Em seguida, vem o cinema. Por mais que a classificação "filme hollywoodiano" tenha hoje uma conotação não tão boa, ninguém faz filmes como eles. Não sou fã de boa parte dos blockbusters ianques, mas uma nação que nos deu Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Steven Spielberg, Stanley Kubrick, Woody Allen, Quentin Tarantino, entre dezenas de outros, tem sim o melhor cinema do mundo. Para fechar a trilogia do que há de melhor nos States, volto ao já citado fast food. Ok, não faz bem pra saúde e não leva os ingredientes mais refinados. Mas é bom, ah se é. Mc Donald's, Burguer King, Taco Bell's, Wendy's, Hardees'... difícil resistir. Prefiro parar por aqui, mas poderia entrar na seara da tecnologia, computadores, Internet, quadrinhos, basquete... Não tenho porque esconder. Mesmo com um pé atrás, amo muito tudo isso.
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2 comentários:
incrivel como adoro tudo que você escreve!
compreendo, meu caro léo.
tenho meus 'contras' com aquela nação também. engraçado é que na lista de melhores da década, eu não percebi que a maioria dos discos era de bandas americanas - fou um amigo que me chamou atenção!
eu também tenho uma relação de amor e ódio com eles, e às vezes esqueço que o amor é maior.
abs
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