terça-feira, 27 de abril de 2010

Híbridos musicais



Existem determinados estilos musicais que não me agradam tanto. O principal deles é o rap. Respeito, não odeio como odeio o pagode e o funk carioca, mas simplesmente não tenho afinidade com a cultura hip hop. Entretanto, quando misturado com outros estilos, a coisa muda de figura. Os exemplos são os mais diversos, cito rapidamente a mescla com a música latina (os cubanos do Orishas) e com o reggae (Damien Marley, o mais interessante dos filhos de Bob).

No caso da música eletronica, as misturas são ainda mais comuns e bacanas. Vale ressaltar que gosto bem mais da e-music que do rap, mas não posso me considerar um autêntico clubber. Olhando em retrospectiva, porém, vejo que hoje conheço e admiro um número bem maior de DJs e tenho meus clubes favoritos. Coisa que não tinha quando morava em Salvador - onde a cena se concentra em guetos e se espalha por algumas poucas raves e festas temáticas.

Entre os estilos derivados de flertes da música eletronica, o trip hop é um dos mais interessantes, especialmente os expoentes Portishead e Massive Attack. Há outros grandes de primeira linha em estilos diversos, como Groove Armada, Daft Punk, Chemical Brothers e Prodigy - alguns deles bem mais eletrônicos e outros mais chegados ao rock. Das bandas mais recentes, destaco o Rapture e, principalmente, o LCD Soundsystem. Esse último, projeto do genial James Murphy, é o que existe de melhor entre os híbridos "e-music-rock".

Descobri na semana passada, entretanto, que quem melhor equilibra os dois estilos é o veterano Moby. Sempre gostei dele, especialmente quando o americano passou a abraçar o seu lado mais roqueiro. Atualmente, Moby é mais produtor e showman que DJ, vocalista ou instrumentista. No show realizado na ultima sexta-feira para um Credicard Hall lotado, ele deu uma aula de como elaborar um bom espetáculo. Provavelmente, foi o show que mais superou minhas expectativas; duas horas de equilíbrio ideal entre o rock e a e-music.

Dançante até o talo, o repertório trouxe pouquíssimas músicas novas e fez um salutar passeio pelos grandes sucessos da carreira de Moby. Adaptando todos os seus hits para serem executados por uma excelente banda - com destaque para a violinista e o baterista - Moby age como um maestro, alternando os papéis de vocalista, guitarrista e percussionista. Quem também dá um show e tanto é uma jovem cantora jamaicana que o acompanha. Se em turnês recentes, a loira Laura Dawn já se destacava, nesta a nova vocalista dá um banho. Com potência e arroubos vocais notáveis, ela impressiona desde a primeira intervenção. Se em alguns momentos, ela parece roubar a cena, logo lembramos que é Moby quem tem o controle da apresentação. Seguro de si, ele parece melhorar a cada turnê.

Um comentário:

Anônimo disse...

grande leo

passo sempre por aqui.

quanto ao "filho" do bob o grande mesmo é o Ziggy, principalmente depois que ele se afastou do reggae e dos irmãos.

abcs

tony lopes