segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Detetive repaginado
Que me perdoem os puristas, mas o novo "Sherlock Holmes" é uma das coisas mais bacanas entre os filmes de ação que estrearam nos últimos meses. Longe da naftalina, ele aparece no novo trabalho do diretor Guy Ritchie encarnado pelo sempre ótimo Robert Downey Jr. e na companhia de um esperto Dr. Watson, papel de Jude Law. Com a velocidade e edição recortada que é caractéristica nos filmes anteriores do ex-marido de Madonna, a exemplo de "Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes" e "Snatch", "Sherlock Holmes" não tem medo de modernizar o personagem, mantendo algumas caracteríticas que permitem a identificação do personagem clássico, mas inovando em outras tantas. O detetive inglês não impressiona apenas pelos seus atributos intelectuais, aqui ele é ágil, sai na porrada e também leva alguns socos e chutes. Sherlock é um tanto quanto paranóico e dependente de medicações, além de não ter muito talento para manter suas relações pessoais. Ao lado dele, mais que um Robin em versão vitoriana, Dr. Watson é uma grata surpresa, peça fundamental para o sucesso do seu parceiro mais famoso.
Os fãs mais antigos podem até reclamar do fato do filme se aproximar mais da ação do que de um suspense mais intelectual que o personagem também pode inspirar. Mas é inegável que "Sherlock Holmes"é um bom entretenimento, tem roteiro amarradinho, com boa reconstituição de época e atuações acima da média. quem se sobressai é de fato o ator principal Roberto Downey Jr. Depois de visitar o inferno e se manter por um bom tempo no purgatório, o novaiorquinho está de novo por cima da carne seca. Ele surgiu como uma grata revelação do cinema americano, mas durante a década de 90 passou das páginas de cultura para a seção de polícia dos jornais, num martírio entre as clínicas de reabilitação de drogas e as delegacias. Não por acaso, sua carreira foi entrando em decadência, com filmes ruins e atuações apagadas. Já na década de 2000, ele se recuperou e passou a colecionar uma série de atuações destacadas, como em "Zodíaco", "Trovão Tropical", "O Solista" e, principalmente, "Homem de Ferro". Longa vida, pois, ao renovado e talentoso Bob Downey.
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