segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Prazeres de viajante



Quem lê esse blog com alguma assiduidade ou me conhece de outros Carnavais, sabe que entre as coisas que mais gosto estão a música e o cinema. Não à toa, trabalhei por quatro anos com cultura, entrevistando alguns dos meus ídolos, abrindo a cabeça para coisas diferentes, vendo filme e lendo livros com um olhar mais crítico. Tempos bons, mas que hoje equivalem mais a hobby que labuta. Mas se tem outra coisa que adoro fazer - e esse blog é testemunho disso - é viajar. Seja a trabalho ou a lazer, viajar é uma das coisas mais prazerosas que existem. Conhecer novos lugares, retornar a cidades e países que gostamos. Na minha vida profissional, tive a oportunidade de conhecer países bem diferentes, desde Cuba a Angola, passando pela Líbia, Peru, República Dominicana e muitos outros. Nos dois intercâmbios que fiz - o primeiro nos Estados Unidos e o segundo dividido entre Espanha e Portugal - pude mergulhar nessas culturas e viver como nativo em cidades bem distintas - Saint Joseph (Missouri), Santiago de Compostela e Coimbra. Cresci muito em cada uma dessas experiências e se fosse psicólogo receitaria esse artifício para qualquer crise: viaje, seja sozinho ou acompanhado.

Dentro dessa experiência completa que é viajar, duas questões que muitas vezes são os calcanhares de Aquiles de quem não gosta tanto de viajar, estão entre as minhas favoritas: avião e hotel. Adoro voar, me sinto completamente à vontade dentro de uma aeronave. Com ou sem turbulência (claro, das mais leves), aproveito o tempo teoricamente ocioso para fazer algumas das coisas que mais gosto: ler um bom livro, adiantar a pilha de revistas, ver um filme, escutar música e até mesmo dormir. Agradeço por não ter qualquer medo de avião, afinal viajar se tornou uma rotina no meu trabalho. Se tem uma parte ruim nessa história toda é aeroporto. Não é prazer chegar muito tempo antes, pegar longas filas, trocas de portão e atrasos. Pelo menos no Brasil, essa é a tônica.

Já o hotel é apontado como culpado por muitas pessoas que não gostam de dormir em lugares novos e que culpam a impessoalidade de um quarto pelo desprazer de visitar outras regiões. Para mim é justamente o contrário. Dormir em lugares diferentes pode trazer novas sensações e, como eu durmo bem em qualquer canto, uma noite em hotel pode ser bem prazerosa. Podem me chamar de louco, mas adoro a sensação de abrir a porta de um hotel e conhecer um novo quarto. Mexer em cada canto e descobrir pequenas bobagens que não agregam tanto a estadia, mas, bem, são novidades. Por isso, quando posso escolher, o hotel vira sim prioridade. Não acredito na teoria "só vou ao hotel para dormir e tomar banho", até porque dormir com prazer é parte imprescindível numa viagem. E por mais que se passe pouco tempo no hotel, cada minuto agrega positivamente (ou não, afinal nem sempre nos deparamos com a melhor estadia). Quem pode reclamar de uma boa cama, ar condicionado no ponto certo, banheiro confortável e serviço de quarto? Gosto de ser paparicado, ora pois.

Um outro ponto não é exclusivo de viagem, mas agrega bastante em cada uma delas: restaurantes. Um bom almoço ou jantar é também uma experiência completa, inclusive para desbravar uma cultura diferente. Só que em São Paulo isso também entra no meu hall de programas prediletos. Aliás, com a oferta que a Paulicéia oferece, tenho que manter listas e mais listas de restaurantes a visitar. Pena que o Brasil seja um dos países mais caros em termos de bons restaurantes. Por incrível que pareça, jantar em um excelente restaurante europeu sai mais em conta que nos tops de São Paulo e Rio de Janeiro, principalmente. Sendo assim, em uma viagem, seja para uma praia vizinha, seja para a Argentina, a visita a um bom restaurante tem o seu lugar. Bon appétit e boa viagem!

Nenhum comentário: