domingo, 5 de dezembro de 2010
"A Rede Social": pode apertar o botão "curtir"!
David Fincher é um dos meus diretores favoritos. "Seven - Os Sete Pecados Capitais", "O Clube da Luta", "Zodíaco", "O Curioso Caso de Benjamin Button"... Todos ótimos filmes que trazem a marca indiscutível do seu diretor. Difícil apontar um filme de Fincher que ao menos não mexa com seu público. O mais recente deles é "A Rede Social", que chegou aos cinemas brasileiros com status de favorito a várias indicações ao Oscar. Tendo a criação e trajetória do Facebook, rede social mais popular do planeta, como mote, o filme poderia ter usado recursos tecnológicos para contar a história. Mas não, preferiu se amparar na história incrível e na força de seus atores. Decisão acertada, pois é o drama humano que vale aqui. Fincher, muito esperto, optou por uma direção mais contida, sem os arroubos (justificados) de seus filmes anteriores. Mostrou que é de fato um ótimo diretor que sabe trabalhar a serviço do resultado final. E também provou que é um eficiente diretor de atores. Aqui, todos estão bem, desde o protagonista até o extenso elenco de apoio. Para completar, fez uso de uma eficiente e nervosa trilha sonora composta por Trent Reznor, homem por trás do rock industrial do Nine Inch Nails.
Se nao fez uso de truques tecnológicos, o filme pega emprestado algo que é essencial na linguagem da Internet: a rapidez dos diálogos, determinantes para o sucesso da história. É preciso concentração para não se perder nos diálogos cortantes, a maior parte deles - naturalmente - com participação do protagonista Mark Zuckenberg, dono do Facebook muito bem representado por Jesse Eisenberg (desde já apontado como escolha certa entre os indicados a melhor ator, no Oscar). Outro que manda muito bem é Andrew Garfield (futuro Homem-Aranha), que faz o brasileiro Eduardo Saverin, co-fundador do Facebook que é passado para traz pelo "amigo". Também rápido nos diálogos, porém um degrau abaixo em qualidade na interpretação, aparece o rosto mais conhecido do elenco: Justin Timberlake. Na pele de Sean Parker, o cara que criou o Napster, ele tem papel primordial na história e é o personagem que mais traços de vilania carrega.
Ao sair do filme, entrei numa discussão sobre se o filme prejudica a imagem do Facebook. Creio que não, pois o site virou um sucesso por conta dos internautas que o abraçaram quase que instantaneamente, espalhando-o pelo mundo. E esses internautas não vão abandonar a rede social só porque ela foi construída por cima de passos imorais. Mas não há como negar que seu fundador sai com a imagem arranhada. Tomando decisões antiéticas e sempre com um rei na barriga, Mark pode não ser um vilão clássico, mas passa longe de ser o herói que poderia. Criador da mais bacana rede social que existe e bilionário mais jovem do mundo, ele mostra ser um fraco nos princípios mais básicos. Além de antiético, é vingativo, seco e desleal. Algumas das suas escolhas mais duvidosas poderiam ser justificadas pelos maus-bocados que sempre passou. Ok, nem tão maus assim, é bem verdade: ele é apenas um nerd, que mesmo genial, nunca foi completamente aceito e passou longe de ser popular. Um esquizóide que não tem jeito nenhum com as mulheres e tem poucos amigos. Um desses que num cenário mais trágico entra numa High School e mata vários colegas e professores. Mas ele é genial. Então decide canalizar suas frustrações em uma rede social inovadora. Mesmo que para isso tenha que passar por cima de tudo e de todos.
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3 comentários:
Adorei Leo!!! Concordo super com vc... Amei o filme! bjinhos Dani
O filme é realmente muito bom, na lista dos melhores do ano.
Curti! E o filme mostra tb como uma mente inteligente pode ser estratégicamente cruel.
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