Confesso que escuto muito mais música internacional que música brasileira. Isso não significa, entretanto, que o que é feito no nosso país não tenha qualidade. Tem muita, mas minha discografia pende mais para o exterior, por gosto, afinidade, influência, costume; não sei bem ao certo. Do que melhor se faz por essas terras, curto muito o rock alternativo baiano e brasileiro, alguns artistas chegados ao mainstream (Los Hermanos, Nação Zumbi, Vanessa da Mata, Pato Fu, etc), medalhões (lista extensa, que vai de Jobim a Caetano, passando por Chico, Ben Jor, Bethânia...) e por aí vai. Nesta década, 15 artistas fizeram minha cabeça - aqui vão eles, com seus respectivos discos:
Arnaldo Antunes - Iê Iê Iê (2009)
Arnaldo geralmente não decepciona com seus álbuns de estúdio e com os sempre bem elaborados shows que apresenta. Em 2009, porém, ele surpreendeu com o melhor álbum desde que saiu do Titãs. Iê Iê Iê, como o nome entrega, é para cima, traz ótimos rocks e renova o interesse pelo trabalho do artista paulista.
Caetano Veloso - Cê (2006)
Fazendo jus à fama de que nunca pára quieto e que sempre se renova, Caetano se juntou a três garotos e entregou um álbum que tem alma indie, mas ainda assim não perde a cara do baiano. Com cheiro de sexo e suor, "Cê" é polêmico e colocou Caê numa nova rota, bem mais jovial.
Carlinhos Brown - A Gente Ainda Não Sonhou (2007)
Exímio percussionista, letrista inventivo e criador da Timbalada, Carlinhos Brown também leva uma carreira solo das mais interessantes. Na década de 90, lançou dois ótimos discos, "Alfagamabetizado" (1996) e "Omelete Man" (1998), e nos anos 2000, lançou o vibrante "A Gente Ainda Não Sonhou", que traz a mistura de ritmos que lhe é peculiar, com muita percussão.
Cascadura - Bogary (2006)
A guinada que o Cascadura deu a partir do ótimo "Vivendo em Grande Estilo" (2004), deixando o rock setentista um pouco de lado e incorporando influências mais contemporâneas como Muse e Queens of The Stone Age, colocou o grupo na linha de frente do rock baiano. Com a porrada de "Bogary", o Casca apresenta o que o rock baiano tem de melhor.
** Menção honrosa da mesma banda: Vivendo em Grande Estilo (2004).
Cidadão Instigado - Cidadão Instigado e o Método Tufo de Experiências (2005)
Não é de se surpreender quando alguém classifica a banda de Fernando Catatau como estranha. É de fato bem esquisita, original e surpreendente. Juntando brega, psicodelia, guitarras inventivas e indie rock, o Cidadão Instigado lançou alguns bons discos nesse década, o melhor deles sendo "O Método Tufo de Experiências".
** Menção honrosa da mesma banda: Uhuuu (2009).
Little Joy - Little Joy (2008)
Alguns podem até discutir se esse é um disco brasileiro ou não, mas quem viu algum show do Little Joy sabe que o protagonista deste projeto é mesmo Rodrigo Amarante, (ex?)-Los Hermanos. Com uma sonoridade, digamos, mais californiana, a estréia do grupo que tem ainda Fabrizio Moretti (do Strokes) como integrante, é uma grata (e solar) surpresa.
Los Hermanos - Bloco do Eu Sozinho (2001)
Disco responsável pela conquista de uma legião de fãs fiéis, o "Bloco do Eu Sozinho" se afasta completamente da estréia do Los Hermanos, que trazia o maior hit da banda até hoje, a batida "Anna Júlia". O "Bloco" é maduro, traz excelentes letras da dupla Camelo-Amarente, um primoroso trabalho de sopro e grandes canções como "A Flor", "Retrato pra Iaiá" e "Sentimental".
** Menção honrosa da mesma banda: Ventura (2003).
Marcelo D2 - À Procura da Batida Perfeita (2003)
Nunca fui grande fã do Planet Hemp, mas devo confessar que Marcelo D2 acerto em cheio com "À Procura da Batida Perfeita", disco que marcou o ano de 2003. Misturando hip hop com rock e samba, D2 quase encontra a tal batida perfeita. Pena que nos discos seguintes tenha desgastado demais a fórmula.
Mombojó - Nadadenovo (2004)
Alcançando um interessante grau de lirismo, os pernambucanos do Mombojó estreiaram com um disco redondinho, bem tocado, com letras interessantes e de fácil assimilação. E melhor: fugiram do mangue beat, mostrando que Pernambuco também tem bandas boas que não rezam a cartilha de Chico Science.
Mutantes - Mutantes Ao Vivo - Brabican theater, Lindres 2006 (2006)
Foi por um fugaz momento, mas os irmãos Baptista se reuniram e despejaram magia em Londres em um CD/DVD que fez jus à trajetória brilhante do talvez melhor grupo de rock que o Brasil já teve. Rolaram mais alguns shows, mas logo Arnaldo largou a banda, levando consigo a convidada Zélia Duncan. Sérgio Dias, desde então, mantém o Mutantes na ativa.
Nação Zumbi - Fome de Tudo (2007)
Depois da morte de Chico Science, a Nação Zumbi demorou um pouco para encontrar seu rumo. Se "Futura" (2005) os colocou novamente na rota, foi "Fome de Tudo" que fez os fãs enterrarem de vez o antigo vocalista. Jorge du Peixe enfim achou o tom correto, Lúcio Maia continuou destruindo na guitarra e a percussão voltou a explodir como nos bons tempos.
** Menção honrosa da mesma banda: Futura (2005).
Retrofoguetes - Chachachá (2009)
Não há dúvida que a banda baiana Retrofoguetes destrói mesmo é no palco, com performances matadoras de Morotó (guitarra), CH (baixo) e Rex (bateria). Difícil batê-los. Mas em disco, os caras também mandam bem, como no recente "Chachachá", que vai do tango a valsa, passando pela surf music. Bem mais coeso que a estréia, "Chachachá" é uma aula da boa música instrumental.
** Menção honrosa da mesma banda: Ativar Retrofoguetes! (2003).
Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta - Frascos Comprimidos Compressas (2009)
Difícil escolher entre o primeiro e o segundo álbum do grupo Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta. Não menos que excelentes, os discos equilibram o inventivo instrumental dos Ladrões com a poesia e entrega do vocalista e letrista Ronei Jorge. Melhor produzido que o primeiro, "Frascos Comprimidos Compressas" leva o título por ser ainda mais "brasileiro" que o début.
** Menção honrosa da mesma banda: Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta (2005).
Vanessa da Mata - Sim (2007)
Depois de trabalhos apenas razoáveis e um tanto quanto irregulares, Vanessa da Mata acertou em cheio com "Sim". Para além da propalada parceria com Ben Harper em "Boa Sorte/Good Luck", o disco tem uma levada deliciosa, com boas baladas e algumas ótimas canções mais chegadas ao reggae, fruto da colaboração com os jamaicanos Sly e Robbie.
Zeferina Bomba - Noisecoregroovecocoenvenenado (2006)
Porrada sonora dos paraibanos da Zefirina Bomba, "Noisecoregroovecocoenvenenado" é um disco curto, direto. Punk nordestino da melhor estirpe, o disco é levado por uma viola caipira distorcida, o que imprime uma aura ainda mais garageira ao grupo.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Os discos internacionais da década
Essa lista é das mais difícies. Comecei com uma relação de 10, aumentei para 15 e por fim cheguei aos 20. Ainda faltam vários discos, confesso, mas acabei optando mais uma vez por aqueles que me emocionaram. Algumas bandas mereciam encaixar ao menos dois discos, mas continua valendo a regra de um álbum por artista (e da aprresentação deles em ordem alfabética). Dois trabalhos recém-lançados ficaram de fora por ainda não terem sido maturados como deviam: "Horehound" (The Dead Weather) e o début homônimo do Them Crooked Vultures (a banda mais excitante que surgiu em 2009, com Josh Homme, John Paul Jones e Dave Ghrol). Mesmo pouco ouvidos, os dois discos pegaram de jeito esse que vos fala. Porém, pesou a indecisão e os novatos acabaram ficando de fora. Coisa que só uma futura revisão pode consertar.
Amy Winehouse - Back to Black (2006)
Muito se falou sobre Amy Winehouse desde que a inglesa estorou pelo mundo. Infelizmente, os maiores destaques foram para assuntos extra-música, de uma cantora um tanto desequilibrada e atolada em drogas. "Back to Black", entretanto, é sim um excelente álbum, com vigor soul, voz impressionante e hits que grudam. Resta agora esperar por um sucessor classe A - se é que ele virá.
Arcade Fire - Funeral (2004)
Big band das mais inusitadas, o Arcade Fire ficou conhecido pelos shows vibrantes, com troca de instrumentos e catarse sonora. O disco "Funeral" prova que eles são bons também em estúdio. Faixas como "Rebellion (Lies)" equilibram bons arranjos com emoção, numa sonoridade repleta de camadas. É um disco que cresce após seguidas execuções.
Coldplay - A Rush of Blood To The Head (2002)
Obra-prima do Coldplay, esse segundo lançamento colocou o grupo entre os maiores do mundo. Os discos seguintes ainda não repetiram a excelência e inventividade do "A Rush...". Sem guitarras e com um dos pianos mais bem colocados do pop/rock mundial, o Coldplay não soa chato em nenhum momento e não exagera na emoção - como fez em alguns momentos posteriores.
Damien Marley - Welcome to Jamrock (2005)
Mesmo não sendo o mais conhecido dos filhos de Bob Marley, é de Damien o melhor disco de reggae da década. Misturando o ritmo jamaicano com outros gêneros, principalmente o rap, ele saiu da mesmice e apresentou uma música vibrante e solar.
Flaming Lips - Yoshimi Battles The Pink Robots (2002)
Sensível e viajante disco da banda liderada pelo louco Wayne Coyne, "Yoshimi Battles..." é praticamente um disco conceitual, sem a chatice que essa palavra muitas vezes carrega. Investindo nos barulinhos e dosando bem as esquisitices, o grupo cometeu o seu melhor trabalho dos anos 2000. Foi a base do ótimo show que eles fizeram no Claro que é Rock, em São Paulo e no Rio.
Franz Ferdinand - You Could Have It So mUch Better (2005)
O rock dançante da banda escocesa já impressionou no primeiro e homônimo disco de estúdio, conquistando de cara uma horda de fãs (eu entre eles). Neste segundo trabalho, Alex Kapranos e cia apuraram ainda mais a sonoridade, numa produção mais madura e recheada de hits como "Do You Want To" e "Walk Away".
** Menção honrosa da mesma banda: Franz Ferdinand (2004).
Gnarls Barkley - St Elsewhere (2006)
Álbum que traz uma das melhores músicas da década, "Crazy", "St Elsewhere" é uma pérola da música negra. A parceria do produtor e DJ Danger Mouse com a bela voz de Cee-Lo fez a festa dos que curtem soul com toques da eletrônica e do rap.
Johnny Cash - American IV - The Man Comes Around (2002)
Já no finalzinho de sua vida, o grande Johnny Cash entregou mais um disco da série American Recordings. Com uma voz ainda hipnotizante, o veterano gravou um disco que pode levar o ouvinte às lágrimas. Destaque para a já clássica versão de "Hurt", do Nine Inch Nails.
Kings of Leon - Aha Shake Heartbreak (2004)
Já fugindo um pouco do tom sulista do primeiro álbum, o Kings of Leon se aproxima mais do rock´n´roll para entregar o seu disco mais equilibrado. Hoje um dos principais grupos do mundo, aqui eles consolidaram a carreira com músicas fortes como "Pistol of Fire" e "The Bucket".
** Menção honrosa da mesma banda: Youth and Young Manhood (2003).
Lily Allen - It´s Not Me, It´s You (2009)
Esse disco foi o responsável por derrubar preconceitos em relação à jovem cantora inglesa. Se na apresentação que fez no festival Planeta Terra, em 2007, a garota decepcionou, no ano passado, no Via Funchal, ela mandou muito bem. Bom do início ao fim, "It´s Not Me, It´s You" é um disco pop que beira a perfeição.
Morrissey - You Are The Quarry (2004)
Melhor trabalho de Morrissey desde "Viva Hate" (1988), "You Are The Quarry" traz as letras ferinas e o rockinho bacana que este inglês apresenta desde os tempos do The Smiths. São vários os destaques aqui, mas dá para apontar "Irish Blood, English Heart", "I Have Forgiven Jesus", "The World is Full of Crashing Bores" e "Let Me Kiss You" como as principais.
Muse - Absolution (2003)
Esse disco é para ouvir com o volume no talo. Foi a partir dele que o Muse se tornou verdadeiramente grande e passou a fazer shows excepcionais. É a obra dos ingleses que melhor equilibra o bom rock com a megalomania de Matthew Bellamy.
** Menção honrosa da mesma banda: Black Holes and Revelations (2006).
Queens of The Stone Age - Songs for The Deaf (2002)
Porrada sonora de uma das melhores bandas da atualidade, "Songs for The Deaf" traz a formação campeã do Queens of The Stone Age, liderada por Josh Homme, com Nick Oliveri no baixo e Dave Ghrol fazendo um trabalho primoroso na bateria. São diversas as boas faixas, mas "No One Knows" talvez seja a mais redonda de todas.
** Menção honrosa da mesma banda: Era Vulgaris (2007).
Radiohead - In Rainbows (2007)
Depois do incomparável "OK Computer" (1997), a trupe de Thom Yorke fez alguns discos difícies (e chatos) como "Kid A" (2000) e "Amnesiac" (2001), e uma obra mais acessível e apenas boazinha, o "Hail to The Thief" (2003). Dez anos depois, veio "In Rainbows" para mostrar que eles ainda têm muito a oferecer. Disco redondinho, com ótimas canções que crescem ainda mais ao vivo, como eles mostraram ano passado no Brasil.
The Killers - Hot Fuss (2004)
O melhor disco do The Killers continua sendo o début "Hot Fuss". Saudades dos tempos que os caras não eram assim tão megalomaníacos e não sonhavam em ser o novo U2. Aqui, está uma das sequências mais matadoras de abertura de disco, com as faixas "Jenny Was a Friend of Mine", "Mr. Brightside", "Smile Like You Mean It" e "All These Things That I´ve Done".
The Strokes - Is This It (2001)
Até hoje impactante, por ter influenciado um grande número de bandas na década, o incessado "Is This It" tocou demais, porém entra fácil na lista dos melhores dos anos 2000. Puxado pelo hit "Last Nite", é um bom disco de garagem, com um desleixo calculado e melodias que grudam.
The White Stripes - Elephant (2003)
Disco que traz o maior hit da dupla Jack e Meg White, "Seven Nation Army", "Elephant" ganha dos outros ótimos álbuns do grupo pelo conjunto da obra e por trazer uma guitarra ligada no volume 10. Um dos grandes protagonistas dos anos 2000, Jack White destrói mesmo carregando o peso morto que é Meg na bateria.
** Menção honrosa da mesma banda: De Stijl (2000).
Vampire Weekend - Vampire Weekend (2008)
Disco deliciosamente esquisito, "Vampire Weekend" chama a atenção desde a primeira audição e cresce a cada nova. Indie até o talo, traz influências do pop africano precisamente dosadas. Além de tudo, é discretamente dançante, como atestam as faixas "Mansard Roof" e "Oxford Comma". O futuro é promissor para esse caçula dos anos 2000.
Wilco - Yankee Hotel Foxtrot (2002)
Uma das bandas mais completas da atualidade, o Wilco lançou uma série de bons discos nos anos 2000, mas o melhor deles foi sem dúvida "Yankee Hotel Foxtrot". Responsável por uma guinada sonora que levou o Wilco para mais perto do folk e do experimental, o disco é denso, mas fez relativo sucesso comercial. É daqueles trabalhos que não cansamos de ouvir e de descobrir novas nuances.
** Menção honrosa da mesma banda: Sky Blue Sky (2006).
Yeah Yeah Yeahs - Show Your Bones (2006)
Se a estréia "Fever to Tell" (2003) trazia uma ensandecida Karen O numa atmosfera punk, "Show Your Bones" é um pouco mais comedido e traz, inclusive, algumas ótimas baladas. O mais bacana do YYYs é justamente isso: cada disco traz uma identidade própria bem definida. Aqui, as melhores notas vão para "Gold Lion", "Way Out" e "Cheated Hearts".
** Menção honrosa da mesma banda: Fever to Tell (2003).
Amy Winehouse - Back to Black (2006)
Muito se falou sobre Amy Winehouse desde que a inglesa estorou pelo mundo. Infelizmente, os maiores destaques foram para assuntos extra-música, de uma cantora um tanto desequilibrada e atolada em drogas. "Back to Black", entretanto, é sim um excelente álbum, com vigor soul, voz impressionante e hits que grudam. Resta agora esperar por um sucessor classe A - se é que ele virá.
Arcade Fire - Funeral (2004)
Big band das mais inusitadas, o Arcade Fire ficou conhecido pelos shows vibrantes, com troca de instrumentos e catarse sonora. O disco "Funeral" prova que eles são bons também em estúdio. Faixas como "Rebellion (Lies)" equilibram bons arranjos com emoção, numa sonoridade repleta de camadas. É um disco que cresce após seguidas execuções.
Coldplay - A Rush of Blood To The Head (2002)
Obra-prima do Coldplay, esse segundo lançamento colocou o grupo entre os maiores do mundo. Os discos seguintes ainda não repetiram a excelência e inventividade do "A Rush...". Sem guitarras e com um dos pianos mais bem colocados do pop/rock mundial, o Coldplay não soa chato em nenhum momento e não exagera na emoção - como fez em alguns momentos posteriores.
Damien Marley - Welcome to Jamrock (2005)
Mesmo não sendo o mais conhecido dos filhos de Bob Marley, é de Damien o melhor disco de reggae da década. Misturando o ritmo jamaicano com outros gêneros, principalmente o rap, ele saiu da mesmice e apresentou uma música vibrante e solar.
Flaming Lips - Yoshimi Battles The Pink Robots (2002)
Sensível e viajante disco da banda liderada pelo louco Wayne Coyne, "Yoshimi Battles..." é praticamente um disco conceitual, sem a chatice que essa palavra muitas vezes carrega. Investindo nos barulinhos e dosando bem as esquisitices, o grupo cometeu o seu melhor trabalho dos anos 2000. Foi a base do ótimo show que eles fizeram no Claro que é Rock, em São Paulo e no Rio.
Franz Ferdinand - You Could Have It So mUch Better (2005)
O rock dançante da banda escocesa já impressionou no primeiro e homônimo disco de estúdio, conquistando de cara uma horda de fãs (eu entre eles). Neste segundo trabalho, Alex Kapranos e cia apuraram ainda mais a sonoridade, numa produção mais madura e recheada de hits como "Do You Want To" e "Walk Away".
** Menção honrosa da mesma banda: Franz Ferdinand (2004).
Gnarls Barkley - St Elsewhere (2006)
Álbum que traz uma das melhores músicas da década, "Crazy", "St Elsewhere" é uma pérola da música negra. A parceria do produtor e DJ Danger Mouse com a bela voz de Cee-Lo fez a festa dos que curtem soul com toques da eletrônica e do rap.
Johnny Cash - American IV - The Man Comes Around (2002)
Já no finalzinho de sua vida, o grande Johnny Cash entregou mais um disco da série American Recordings. Com uma voz ainda hipnotizante, o veterano gravou um disco que pode levar o ouvinte às lágrimas. Destaque para a já clássica versão de "Hurt", do Nine Inch Nails.
Kings of Leon - Aha Shake Heartbreak (2004)
Já fugindo um pouco do tom sulista do primeiro álbum, o Kings of Leon se aproxima mais do rock´n´roll para entregar o seu disco mais equilibrado. Hoje um dos principais grupos do mundo, aqui eles consolidaram a carreira com músicas fortes como "Pistol of Fire" e "The Bucket".
** Menção honrosa da mesma banda: Youth and Young Manhood (2003).
Lily Allen - It´s Not Me, It´s You (2009)
Esse disco foi o responsável por derrubar preconceitos em relação à jovem cantora inglesa. Se na apresentação que fez no festival Planeta Terra, em 2007, a garota decepcionou, no ano passado, no Via Funchal, ela mandou muito bem. Bom do início ao fim, "It´s Not Me, It´s You" é um disco pop que beira a perfeição.
Morrissey - You Are The Quarry (2004)
Melhor trabalho de Morrissey desde "Viva Hate" (1988), "You Are The Quarry" traz as letras ferinas e o rockinho bacana que este inglês apresenta desde os tempos do The Smiths. São vários os destaques aqui, mas dá para apontar "Irish Blood, English Heart", "I Have Forgiven Jesus", "The World is Full of Crashing Bores" e "Let Me Kiss You" como as principais.
Muse - Absolution (2003)
Esse disco é para ouvir com o volume no talo. Foi a partir dele que o Muse se tornou verdadeiramente grande e passou a fazer shows excepcionais. É a obra dos ingleses que melhor equilibra o bom rock com a megalomania de Matthew Bellamy.
** Menção honrosa da mesma banda: Black Holes and Revelations (2006).
Queens of The Stone Age - Songs for The Deaf (2002)
Porrada sonora de uma das melhores bandas da atualidade, "Songs for The Deaf" traz a formação campeã do Queens of The Stone Age, liderada por Josh Homme, com Nick Oliveri no baixo e Dave Ghrol fazendo um trabalho primoroso na bateria. São diversas as boas faixas, mas "No One Knows" talvez seja a mais redonda de todas.
** Menção honrosa da mesma banda: Era Vulgaris (2007).
Radiohead - In Rainbows (2007)
Depois do incomparável "OK Computer" (1997), a trupe de Thom Yorke fez alguns discos difícies (e chatos) como "Kid A" (2000) e "Amnesiac" (2001), e uma obra mais acessível e apenas boazinha, o "Hail to The Thief" (2003). Dez anos depois, veio "In Rainbows" para mostrar que eles ainda têm muito a oferecer. Disco redondinho, com ótimas canções que crescem ainda mais ao vivo, como eles mostraram ano passado no Brasil.
The Killers - Hot Fuss (2004)
O melhor disco do The Killers continua sendo o début "Hot Fuss". Saudades dos tempos que os caras não eram assim tão megalomaníacos e não sonhavam em ser o novo U2. Aqui, está uma das sequências mais matadoras de abertura de disco, com as faixas "Jenny Was a Friend of Mine", "Mr. Brightside", "Smile Like You Mean It" e "All These Things That I´ve Done".
The Strokes - Is This It (2001)
Até hoje impactante, por ter influenciado um grande número de bandas na década, o incessado "Is This It" tocou demais, porém entra fácil na lista dos melhores dos anos 2000. Puxado pelo hit "Last Nite", é um bom disco de garagem, com um desleixo calculado e melodias que grudam.
The White Stripes - Elephant (2003)
Disco que traz o maior hit da dupla Jack e Meg White, "Seven Nation Army", "Elephant" ganha dos outros ótimos álbuns do grupo pelo conjunto da obra e por trazer uma guitarra ligada no volume 10. Um dos grandes protagonistas dos anos 2000, Jack White destrói mesmo carregando o peso morto que é Meg na bateria.
** Menção honrosa da mesma banda: De Stijl (2000).
Vampire Weekend - Vampire Weekend (2008)
Disco deliciosamente esquisito, "Vampire Weekend" chama a atenção desde a primeira audição e cresce a cada nova. Indie até o talo, traz influências do pop africano precisamente dosadas. Além de tudo, é discretamente dançante, como atestam as faixas "Mansard Roof" e "Oxford Comma". O futuro é promissor para esse caçula dos anos 2000.
Wilco - Yankee Hotel Foxtrot (2002)
Uma das bandas mais completas da atualidade, o Wilco lançou uma série de bons discos nos anos 2000, mas o melhor deles foi sem dúvida "Yankee Hotel Foxtrot". Responsável por uma guinada sonora que levou o Wilco para mais perto do folk e do experimental, o disco é denso, mas fez relativo sucesso comercial. É daqueles trabalhos que não cansamos de ouvir e de descobrir novas nuances.
** Menção honrosa da mesma banda: Sky Blue Sky (2006).
Yeah Yeah Yeahs - Show Your Bones (2006)
Se a estréia "Fever to Tell" (2003) trazia uma ensandecida Karen O numa atmosfera punk, "Show Your Bones" é um pouco mais comedido e traz, inclusive, algumas ótimas baladas. O mais bacana do YYYs é justamente isso: cada disco traz uma identidade própria bem definida. Aqui, as melhores notas vão para "Gold Lion", "Way Out" e "Cheated Hearts".
** Menção honrosa da mesma banda: Fever to Tell (2003).
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